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  • 18 FEV 2015

    Marcas patrocinam aventuras

    Marcas patrocinam aventuras

    Empresas investem em projetos menos convencionais, como viagens de volta ao mundo

    Quando alguém revela o plano de abandonar ou dar uma pausana carreira, saindo da zona de conforto, a primeira reação da grande maioriadas pessoas é dizer: “que loucura!”. Em seguida, desejam boa sorte. No entanto,algumas empresas estão fazendo muito mais do que torcer para que essasaventuras somente terminem bem e, longe de classificar como maluquice,visualizam oportunidades para criar empatia com um público cada vez mais adeptoa esportes e produtos menos convencionais.

    Há aproximadamente cinco meses, o publicitário RodrigoCisman optou por sair de uma agência onde trabalhava como redator para realizarum projeto pessoal, o “Projeto Bike América”, que consiste em percorrer ascidades litorâneas da América Latina, do Brasil ao México, usando uma bicicletacomo meio de transporte. Ao invés de rotular o aventureiro como “bicho grilo” eoutros nomes dados a pessoas que buscam estilos de vida diferentes, algumasmarcas concluíram que a ideia de Cisman tinha tudo a ver com a proposta demarketing dos produtos e estão apoiando a iniciativa.

    “Cada empresa oferece o que pode, desde equipamentos eserviços a patrocínios financeiros. Uma agência online, por exemplo, pode seinteressar em fazer as análises dos tráfegos das redes sociais. Umabicicletaria ou montadora de bike pode patrocinar com reposição de peças”,explica Cisman, que não sabe exatamente quanto tempo durará a viagem, masprevê, no mínimo, dois anos pedalando nas estradas do continente.

    Entre as empresas que acreditaram no projeto do publicitárioaventureiro está a Proativa 21, dona das marcas Azteq, de acessório de camping,das mochilas Deuter, garrafinhas Camelbak e da Sea To Summit, que reúneprodutos como sacos estanques e toalhas ultra-absorventes – equipamentos que seenquadram no perfil de viagem de Cisman, mais em contato com a natureza.Segundo o representante de marketing da empresa, Marcus Vieira, “o simples fatode ele usar os produtos em campo gera um ciclo virtuoso, pois ele tende atransmitir sua experiência adiante. Aí está a divulgação, pois como acreditamosnas marcas que trabalhamos, a experiência dele vai ser ótima e essa informaçãoserá transmitida”.

    O “Bike América” conta ainda com o apoio de outras cincoempresas: Kampa (redes para dormir e descansar), Notiluca (fábrica de óculos demadeira feitos à mão), Levorin (maior no Brasil em pneus para moto ebicicleta), Arara Una (equipamentos de bicicletas) e Bela Azul (operadora demergulho onde Cisman se encontra atualmente recebendo treinamento e alimentaçãoem troca de trabalho). Fora as marcas, o designer Matheus Arid contribuiu com acriação do símbolo, identidade visual, site e blog do projeto, o que facilita aabertura de portas nas empresas.

    Como retorno, Cisman oferece geração de conteúdos comqualidade – textos, fotos e vídeos – que são publicados nas redes sociais e nosite do Projeto Bike América, além de mídia espontânea gerada a partir de entrevistase reportagens na imprensa – emissoras de televisão, sites, revistas e jornaistêm procurado o personagem para matérias com frequência. A maioria dospatrocínios são pontuais e podem ser aceitos a qualquer momento da viagem. Coma repercussão positiva dos primeiros meses, o publicitário espera ser procuradopor novas marcas e tem a expectativa de uma proposta que invistafinanceiramente no projeto, já que ele vem usando recursos próprioseconomizados durante os anos em que trabalhou em agências de propaganda.

    “Eu já estava disposto a realizar esse sonho com ou sem aajuda de empresas e me preparei bem. Porém, contar com apoios e patrocínios meajudam a chegar mais longe. Criam um vínculo e fazem a gente acreditar quemarcas não olham pra gente apenas como consumidores, mas sim como pessoas quepodem fazer coisas extraordinárias com os produtos que fabricam”, diz Cisman.

     

    Publicitário critica a profissão

    Cisman revela que uma das motivações do “Projeto BikeAmérica” foi a desilusão com a rotina da profissão de publicitário. “Quandocomecei a estudar, já sabia que queria ser redator. Porém, imaginava que a áreade criação tinha mais liberdade para trabalhar. Nem tanto no que diz respeito àliberdade criativa. Me refiro à busca de informações e pesquisa mesmo. Nãoconcordo com pessoas criando em frente a um computador durante oito, dez, dozehoras por dia. A internet é usada como fonte de referência, pesquisa,informação e inspiração. Na minha concepção, isso está errado”.

    Segundo o redator, os profissionais deveriam conhecer melhoros produtos que divulgam, sair mais das agências. “Uma dupla que vai fazer umanúncio sobre o lançamento de um carro, por exemplo, tem que conhecer o carro,dar uma volta nele, conversar com o engenheiro, com os peões da fábrica, teracesso às pesquisas quantitativas e qualitativas realizadas. Tudo isso fora daagência. Reunião de brainstorm depois de uma busca no Google não vai funcionarcomo deveria. Um bom profissional conseguirá criar uma boa comunicação mesmosem gostar do produto ou serviço, mas não é a mesma coisa”.

    “Essa liberdade, que eu não tinha, é o que encontrei noprojeto”, diz Cisman, que, além de pedalar muito, está se preparando para fazerexpedições de mergulho e passar por escolas públicas com o objetivo de conscientizarcrianças sobre temas relacionados ao meio ambiente.

     

    Casal aventura

    Rodrigo Cisman não é o único aventureiro que chama a atençãode marcas que procuram engajar as pessoas por meio de grandes histórias. Naúltima semana, o site líder nacional no segmento de turismo Hotel Urbanoanunciou o patrocínio ao projeto “Travel and Share – Uma volta ao mundo”, docasal Mirella Rabelo e Rômulo Wolff, que abandonaram empregos em grandesmultinacionais para realizar o sonho de viajar pelo planeta. Com apoio tambémde Samsung e Walmart.com, os dois pretendem viajar por pelo menos dois anos epassar por 50 países.

    O Hotel Urbano, que está ajudando financeiramente o casal,estará presente durante a viagem por meio de vídeos e fotos que os mochileirosvão postar em seus perfis no Instagram, Facebook, Youtube e blog. Além disso, aprópria empresa, que tem 12 milhões de fãs no Facebook, publicará o dia a dia eas experiências da trip de Rômulo e Mirella. O Walmart.com pretende fazer omesmo. Já a Samsung fornecerá smart câmeras para registrar as paisagens emomentos.

    De acordo com a diretora de marketing do Hotel Urbano,Priscilla Erthal, o patrocínio inusitado tem tudo a ver com o perfil dacompanhia e visa mostrar ao cliente as vantagens de viajar. “Achamos que oprojeto tem sinergia e representa os pilares da nossa marca. Lida com o sonho,o que pra gente é muito importante. Mostrar para pessoas comuns que viajar ébom, que deixa um legado que a gente nunca esquece. Linkar a marca com issoentra muito bem”, diz.

    Fonte: propmark.com.br